O Ministério da Saúde do Paraguai emitiu um alerta para as autoridades brasileiras sobre o uso do medicamento que estaria causando fortes efeitos colaterais em crianças. De acordo com o órgão do país vizinho, medicamentos com principio ativo bromidrato bextrometorfano estão com fabricação e venda proibida no Paraguai. Em Mato Grosso do Sul, seis crianças já foram internadas com suspeitas de intoxicação, uma criança morreu e outras duas continuam internadas em Dourados, a 225 km de Campo Grande.
A substância está presente no xarope Mentovick e nos medicamentos Núcleo Plus Tegnogrip (tabletes), Tegnogrip BB (xarope), Medibron (xarope), Bronolex (gotas orais) e Bronalar (xarope), todos usados para tratamento de tosse ou gripe.
O controle sobre a venda do produto é difícil. Na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, vizinha a Ponta Porã, na fronteira entre os dois países, ambulantes vendem vários tipos de medicamentos nas ruas. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o medicamento não tem registro, mas emitiu um alerta de risco, porque muitas pessoas que vivem em cidades da fronteira costumam comprar remédios no país vizinho.
Para diagnosticar com mais rapidez novos casos de intoxicação pelo medicamento, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul emitiu um alerta sanitário. A partir de agora, os médicos que atendem nos serviços de emergência devem perguntar a todos os pacientes se eles tomaram nas últimas 48 horas medicação para tosse ou gripe comprada no Paraguai.
Neste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu nas estradas federais que cortam o estado mais de 100 mil unidades de medicamentos vindos do Paraguai. O número é quase 40% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.