Geralmente, as instituições educacionais limitam-se a solicitar a presença dos pais ou a realizar procedimento administrativo contra o aluno, como advertências, enquanto o correto seria levar para a esfera jurídica. Buscando amparar a categoria, o deputado estadual, Ondanir Bortolini –Nininho (PR-MT) propôs Projeto de Lei com o objetivo de criar o “DISQUE DENÚNCIA” no combate à impunidade das agressões.
No estado de Mato Grosso, um levantamento promovido pela Assessoria Pedagógica da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) em parceria com a Prefeitura de Tangará da Serra (no Sudoeste de Mato Grosso) trouxe à tona uma situação delicada de agressão psicológica ou física praticada contra os docentes.
“Nos três primeiros meses do ano letivo de 2012, dezesseis professores das redes municipal e estadual de Tangará solicitaram afastamento para tratamento devido ao abalo emocional decorrente da violência em sala de aula. Não é muito diferente de outras cidades”, complementa o deputado estadual, Ondanir Bortolini –Nininho (PR/MT), autor da proposição.
Os dados da Seduc expõem ainda que quatro professores pediram licença entre fevereiro e maio desse ano para tratamento psicológico. Na rede municipal, a realidade é mais alarmante, já que num período de 90 dias a Secretaria Municipal de Educação de Tangará autorizou o afastamento de doze professores.
Nesse período ainda ocorreram três casos de conflito entre pais e professores, seis registros de boletins de ocorrência e um caso mais grave de docentes escoltados para casa pela polícia diante da ameaça dos alunos.
“Antigamente os professores eram nossos mestres, pelos quais mantínhamos mais respeito. Isso mudou e temos que acompanhar os desdobramentos bons ou ruins da sociedade. Se hoje a violência na escola é maior, temos que criar mecanismos para auxiliar a reduzi-la”, enfatiza o republicano.
Por isso, o Disque Denúncia poderá ser uma ferramenta em favor da tranqüilidade do professor e do aluno durante o aprendizado. “Com o anonimato garantido, muitas pessoas que assistem ou sofrem agressão física ou verbal poderão denunciar e ajudar no combate à violência nas instituições de ensino”, argumenta Nininho.