Mato Grosso, 21 de Dezembro de 2024
Mato Grosso

Registrado primeiro caso de chikungunya originado no estado

30.11.2015
06:46
FONTE: Assessoria

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Mato Grosso registrou o primeiro caso confirmado de febre chikungunya autóctone, ou seja, proveniente do próprio estado. O caso é do município de Mirassol D'Oeste. Outros três casos também já foram confirmados, mas são importados, sendo um da Guiana Inglesa, um da Bolívia e um de Mato Grosso do Sul. Outros 188 estão em investigação e seis aguardando triagem. A febre chikungunya, assim como a dengue e a zika, também é transmitida pelo mosquito aedes aegypti.

A informação do registro do caso de chikungunya dentro de Mato Grosso foi divulgado na tarde desta sexta-feira (27) durante entrevista coletiva com o secretário de Estado de Saúde, Eduardo Bermudez, a superintendente de Vigilância em Saúde, Maria de Lourdes Girardi, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães e a médica pediátrica da Vigilância em Saúde, Silbene Lotufo, sobre o quadro epidemiológico em Mato Grosso envolvendo as doenças dengue, zika, chikungunya e microcefalia.

Bermudez ressaltou a importância de se combater o vetor transmissor das doenças. "Temos que nos unir, todos os entes federados - União, Estado e Município - para promover as ações necessárias de combate ao transmissor destas doenças, que é o mosquito Aedes aegypti. Precisamos também que a sociedade participe, que faça como o Ministério da Saúde está pedindo, que adote um dia de faxina e evitem o surgimento de criadouros dos mosquitos. Queremos convocar a população mato-grossense para colaborar nesta ação”, destacou o gestor afirmando que “a ação de cada um nesse momento tem o mesmo valor de importância”.

Febre chikungunya
É uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV) e a transmissão ocorre pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo vírus. Gestantes infectadas podem transmitir a doença aos fetos, principalmente, durante o período de intraparto, o que muitas vezes provoca infecção neonatal grave. Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações.

Após a fase inicial, a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. Embora o chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, língua falada por um grupo que vive no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique. Significa “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica.

Dengue
Mato Grosso registrou, entre 1º de janeiro e 14 de novembro, 25.062 casos prováveis de dengue. O aumento é de 133,46%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 10.735 casos. Seis mortes por dengue foram confirmadas nos municípios de Cuiabá, Matupá, Sapezal, Sorriso, Juína e Rondonópolis. Cinco mortes ainda seguem em processo de investigação, aguardando o resultado do laboratório.

Durante a apresentação feita na coletiva de imprensa, a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Maria de Lourdes Girardi, ressaltou que nem todos os municípios mato-grossenses enviam os dados sobre infestação do mosquito Aedes aegypti para o sistema da Secretaria de Estado de Saúde, e que por isto não é possível afirmar quantos municípios realmente estão em alto risco para ocorrência de epidemia de dengue. "Nós temos 53% dos municípios que não nos enviam informações sobre a situação de infestação predial deles. Isso faz com que fiquemos no escuro e tenhamos que promover estratégias de combate ao vetor por dedução, o que dificulta ainda mais o trabalho a ser realizado pelo gestor", ressaltou.

Maria de Lourdes também pontuou que os principais criadouros de mosquito Aedes aegypti são os depósitos passíveis de remoção (40%), como pneus, lixos, recipientes plásticos e sucatas), seguidos dos depósitos de armazenamento de água (38%) como caixa d'água, poço, cisterna, filtros e potes; dos pequenos depósitos (19%), como vasos, frascos, pratos e bebedouros; e dos depósitos fixos (3%) - calhas, ralos, tanques e piscinas. "É preciso que tanto o poder público quanto a população façam sua parte para combater o mosquito. Cada um deve fazer a sua parte", ressaltou.

De acordo com o Boletim Epidemiológico, 77 cidades apresentaram alta incidência de dengue, com números superiores a 300 casos por 100 mil habitantes, com destaque para Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato, Cocalinho, Ribeirãozinho, Campo Novo do Parecis, Paranaíta, Matupá, Torixoréu, Sinop, Serra Nova Dourada, Alto Taquari, Gaúcha do Norte e Novo Horizonte do Norte. No estado, a incidência registrada é de 760 casos por 100 mil habitantes.

Entre os municípios que apresentam maior número de notificações da doença em 2015, Sinop aparece em primeiro lugar no estado com 3.477 casos, apresentando um aumento em relação ao ano passo de 22,34%. Em seguida, o município de Cuiabá com 2.795 casos notificados e uma variação a maior em relação ao ano anterior de 101,58%.

Zika
Em relação ao zika vírus, foram notificados 678 casos, sendo confirmados 39, tanto da forma clínico-epidemiológico (31) quanto confirmação laboratorial do vírus (8). Destes, dois foram registrados em Rondonópolis, um em Tesouro, quatro de Cuiabá e um de Várzea Grande.

A médica da equipe técnica epidemiológica da SES, Silbene Lotufo Muller, explica a importância de intensificar ainda mais o alerta, orientando os municípios sobre o trabalho de prevenção e orientação. “São vários os fatores que contribuem para o aumento do número de caso de dengue, chikungunya e zika, porém a melhor forma de se evitar é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti”, ressaltou.

O zika vírus (ZIKAV) é um arbovírus do gênero flavivírus, que apresenta sintomas parecidos com os da dengue e da febre chikungunya, como: dores nas articulações, dor de cabeça, febre, náuseas, diarreia e mal-estar. A fotofobia é uma das características diferenciais da doença, assim como manchas no corpo, principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, conjuntivite sem secreção e coceira.

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