Mato Grosso, 07 de Maio de 2024
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Jovem abre 2º restaurante em meio à crise e comemora sucesso em Cuiabá

15.03.2017
12:14
FONTE: André Souza/G1 MT

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  • Irapuan Carvalho tem dois restaurantes na Rua 24 de Outubro em Cuiabá
O empresário Irapuan Carvalho, de 28 anos, tem muito a comemorar com o sucesso dos seus empreendimentos. A tapiocaria que abriu há seis anos em Cuiabá atravessou a crise e ainda o motivou a abrir um segundo negócio, em 2015, em sociedade com os pais. Com a tapiocaria e o bistrô, ambos na Rua 24 de Outubro, no Bairro Popular, na capital, ele emprega 18 pessoas.

Foi aos 23 anos que Irapuan de origem nordestina inaugurou o primeiro estabelecimento, que tem como carro-chefe a tapioca. À época, investiu R$ 60 mil. Parte do dinheiro era fruto das economias. Outra foi emprestada dos pais.

Ele lembra que não teve tempo de sentir medo. “Foi na cara e na coragem [que montei o primeiro negócio]. Pedi demissão e dei início a um sonho. Era um misto de perseverança e força de vontade”, lembrou.

O negócio começou pequeno na Rua 24 de Outubro, em Cuiabá. A irmã de Irapuan e outros dois funcionários o ajudavam. Os clientes aumentaram e o espaço ficou pequeno. Com fila de clientes na entrada, ele decidiu mudar de prédio.

O empreendimento não foi inaugurado durante a crise financeira, mas sobreviveu ao momento difícil. “Não foi fácil, porque nesse período o preço dos insumos aumentaram muito. Antes, se gastava R$ 100, na crise o preço dobrou”, contou.

Para Irapuan, ser empreendedor é tirar os sonhos do papel e colocá-los em prática. A formação acadêmica dele auxiliou nas tomadas de decisão e administração do negócio.

Como a maioria dos jovens que entram na faculdade, teve dificuldades para escolher a profissão que seguiria. “Terminei o ensino médio com 15 anos. É muito cedo para decidir uma carreira, o que você fará na vida”, disse.

A primeira opção foi cursar administração, mas não era o que queria. Na época, ele não tinha a ambição de administrar a própria empresa. Irapuan ficou um ano afastado do curso e decidiu trabalhar como bancário.

Por causa do emprego, passou a viajar e conhecer novos lugares. “Eram novas experiências, comidas diferentes e paisagens que me inspiraram a tomar a decisão de empreender”, afirmou. A paixão pela cozinha também teve influência no caminho que ele escolheu seguir. “Nessa época começou a aflorar minha vontade de ter um restaurante”, completou.

O sonho de Irapuan, no entanto, ainda não estava totalmente concretizado. O que ele queria mesmo era montar um restaurante “para envolver as pessoas com novos conceitos e novas ideias”. Os pais dele, que até então moravam no interior de Mato Grosso, decidiram se mudar para a capital e incentivaram o filho a colocar o projeto em prática.

Em 2015, juntos, eles abriram um bistrô na mesma rua, na capital, e se tornaram sócios. O novo restaurante serve pratos com influência da comida nordestina e cuiabana.

Atualmente, Irapuan divide as funções nos dois estabelecimentos. Executa todas as funções de elaborar o cardápio a ajudar na cozinha. “Tive que aprender a montar caixa d’água e consertar telhado”, brincou.

A receita do sucesso dele é o comprometimento e o amor ao trabalho. “Sempre foquei muito, sendo empregado ou empregador. Mas hoje sinto o peso de ter meu próprio negócio. Primeiro porque é meu sonho. Segundo porque eu tenho a consciência de que emprego pessoas que têm obrigações”, declarou.

A vontade é crescer ainda mais. Porém, o Irapuan de hoje, aos 28 anos, tem o pé no chão, mas arriscaria tudo de novo como há cinco anos. Entre os planos atuais dele está concluir o curso de gastronomia.

Pesquisa
Uma pesquisa intitulada "Os Donos do Negócio no Brasil", realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios de 2014 (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta em em Mato Grosso há cerca de 100 mil jovens donos do próprio negócio.

O economista Anderson Nunes acredita que o crescimento de jovens no mercado empresarial se dê pelo perfil visionário da chamada "Geração Y", formada por pessoas nascidas a partir dos anos 90.

"Esses jovens não tem tempo a perder. Daqui a uns anos não veremos mais pessoas dessa geração trabalhando durante 20 ou 30 anos em uma única empresa. Para eles, a maior forma de satisfação pessoal é a realização do próprio negócio”, contou.

Segundo ele, a carreira pública já não é mais algo tão cobiçado por esses jovens, “existe uma grande frustração no setor, apesar de ainda ser algo concorrido e devido as faltas de oportunidade no setor privado muitos preferem a liberdade de abrir um próprio negócio”, relatou.

A presença dos jovens é cada vez maior, principalmente no novo modelo de alimentação de rua, como os food trucks e bike foods, por exemplo. A informação é confirmada pela pesquisa do Sebrae, que também aponta alta de jovens investidores em startups, atividades ligadas à saúde e ao turismo, principalmente ecoturismo e esportes radicais.

Mato Grosso possui mais de 2 mil restaurantes e similares. O setor mais procurado pelos jovens empreendedores ocupa a 7º colocação entre os que representam destaque na economia do estado, segundo o Sebrae.

De acordo com Anderson, o setor de alimentação tende a crescer no estado, pois, apesar de não liderar a economia, outros setores dependem indiretamente dele.

Primeiro negócio
Segundo o Sebrae, o primeiro passo que o empreendedor em potencial deve realizar, sendo jovem ou não, é pesquisar sobre o ramo de negócio escolhido e avaliar o mercado, além de se capacitar e fazer um plano de negócios para descobrir a melhor maneira de atuação da empresa.

O custo mínimo para abrir uma empresa atualmente é de R$ 290. O valor do alvará de localização pode variar de acordo com o tamanho do comércio. Os alvarás devem ser expedidos pela prefeitura. Após o segundo ano de funcionamento do negócio, é preciso pagar o alvará de funcionamento.

Os microempresários recebem atendimento presencial e à distância do Sebrae-MT, por meio do site da instituição, além de podem participar de palestras, cursos e oficinas para auxiliar na abertura do primeiro negócio, de acordo com a instituição o atendimento serve para auxiliar no planejamento da atividade empresarial.

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