Mato Grosso, 24 de Novembro de 2024
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Agente é feito refém em centro socioeducativo interditado em Cuiabá

14.03.2013
08:11
FONTE: Dhiego Maia/G1 MT

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  • Agente recebeu atendimento do Samu após passar três horas como refém no Pomeri
Um agente prisional de 48 anos foi mantido refém por quase três horas no Centro Socioeducativo do Pomeri, na noite desta quarta-feira (13), em Cuiabá. De posse de armas artesanais, três adolescentes da Ala 3 renderam o agente no momento em que o profissional trancava as celas da unidade.

O agente só foi liberado quando os menores receberam a garantia da Justiça de que seriam transferidos do Pomeri para unidades de Barra do Garças e Rondonópolis. Abalado emocionalmente com a situação, o agente recebeu atendimento médico por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local e, em seguida, foi levado para casa.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que administra o sistema prisional em Mato Grosso, ninguém se feriu durante o tumulto. Para a juíza da Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, Gleide Bispo dos Santos, o local é insalubre e não tem condições de receber os adolescentes.

“Não é local para receber seres humanos e muito menos animais. A secretaria de Justiça e Direitos Humanos sabe disso. Os adolescentes convivem com ratos e baratas. Os agentes dormem no chão porque não tem lugar para descanso”, revelou a magistrada.

A juíza ressaltou ainda que o Pomeri está interditado judicialmente há mais de um ano e, mesmo assim, continua a  receber adolescentes advindos de várias regiões do estado. “O complexo está interditado porque atingiu o seu limite. O governo do estado precisa olhar para o sistema socioeducativo porque no nosso país a criança e o adolescente são prioridade. Mas não é o que está acontecendo no estado”, explicou.

Nova unidade
A juíza também criticou a morosidade da construção do novo Centro Socioeducativo em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Segundo ela, o espaço já consumiu R$ 7 milhões e ainda não foi entregue à sociedade. “Não há nem expectativa que o complexo fique pronto. Tenho conhecimento de unidades do mesmo padrão que custaram a metade disso. Falta planejamento, organização e respeito”, afirmou.

O secretário adjunto de Direitos Humanos, Valdenir Pascoal, informou que a construção do novo Centro Socioeducativo em Várzea Grande, que terá capacidade para abrigar 60 jovens, será retomada. Ele não quis rebater as críticas da juíza da Vara da Infância a respeito do Pomeri, mas enfatizou que vai implementar medidas para aliviar os problemas emergenciais do complexo do Pomeri.

Para o presidente em exercício do Sindicato dos Agentes do Sistema Socioeducativo de Cuiabá, Paulo César de Souza, a falta de efetivo é um dos grande gargalos que travam o cumprimento do objetivo do Pomeri que é a ressocialização. “Se os adolescentes quiserem eles conseguem arrancar até as grades. Não tem agentes suficientes para a quantidade de jovens. Nós somos heróis para lidarmos com adolescentes como esses”, afirmou o representante.

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