Intervalo, vitória parcial por 1 a 0, e os reservas do Inter vão ao gramado do Estádio do Vale para uma roda de bobinho, para todos ficarem "no ponto" para a segunda etapa. Ou melhor: quase todos. Isolado, Nico López permanece longe dos demais, solitário no banco de reservas, apenas fitando o horizonte. A cena emblemática soou marcante no triunfo por 2 a 1 sobre o São José, neste domingo, no Vale. Entre questionamentos a Antônio Carlos Zago e dúvidas sobre a situação do gringo, a imagem gerou repercussão após a partida.
O primeiro a se posicionar sobre o tema foi o vice de futebol Roberto Melo, que logo saiu em defesa do charrua, ao garantir que a opção por deixá-lo no banco tem a ver com uma opção técnica, e não com um possível disciplinar. De acordo com o dirigente, é até natural e esperado que Nico manifeste insatisfação com a condição. Vale ressaltar: Oscar Betancourt, um dos agentes do atacante, é esperado para uma reunião no Beira-Rio na semana, até com uma proposta pelo jogador, que interessa ao Corinthians.
– Foi uma decisão meramente técnica. Se fosse disciplinar, nem teria concentrado. Não estaria no banco. O treinador tem todos os jogadores à disposição e faz suas escolhas. Entendeu que era o melhor para a equipe. Eu me preocuparia se ele gostasse de ficar fora. Se ficasse feliz de não jogar. Essa reação é a que todo atleta competitivo tem que ter. Os jogadores para estarem no Inter não podem aceitar a reserva. Tem que lutar por seu espaço. A insatisfação é natural – afirma o dirigente.
O técnico Antônio Carlos Zago também contemporizou a situação, mas tratou de explicar a opção neste domingo. O treinador entendeu que deveria dar uma chance a Valdívia, por seu rendimento nos treinamentos das últimas semanas. Depois, no segundo tempo, fez a escolha por Andrigo e Gustavo Ferrareis por terem maior característica de marcação pelos lados do campo. Os esclarecimentos do comandante foram seguidos de uma cobrança em especial ao charrua, seu velho conhecido desde os tempos de Roma.
Zago acredita que Nico pode render mais pelo Colorado, até por já estar adaptado ao ambiente do clube, após uma primeira temporada conturbada pela queda à Série B em 2016. O treinador pede que o atacante "se solte mais" para deslanchar de vez no Inter e, assim, repetir o desempenho que atraiu os olhares do clube, pelo Nacional na Libertadores do ano passado.
– A preocupação era com o vestiário. É uma coisa que a preparação física que tem que ver. Eu não posso dizer, porque não vi (Nico isolado). Ele está super bem ambientado. São oito ou nove meses aqui no Brasil. Ele tem que se soltar cada vez mais para apresentar o mesmo futebol que apresentava no Nacional. Ele fez uma excelente Libertadores. Depois daquilo, vem oscilando um pouco. O clube passa por processo de reconstrução – afirma Zago.
Contratado pelo Inter com investimento de peso para ser o principal reforço de 2016, Nico López ainda não deslanchou pelo clube. Ao todo, o charrua soma 23 jogos, com cinco gols marcados. Do montante, nove partidas foram disputadas na temporada atual, com quatro tentos.
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