Responsável por mais de 20% da produção do biodiesel brasileiro, Mato Grosso tem potencial para aumentar ainda mais essa participação e abastecer toda demanda existente no país. A afirmação é de especialistas da área que estarão reunidos, entre os dias 12 e 14 de setembro, durante no 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso, em Cuiabá, realizado pela Famato, Aprosoja e Senar-MT.
O tema “Oportunidades com o Biodiesel” será o foco de um dos sete painéis da programação do Congresso e levará ao público informações sobre o cenário atual e as potencialidades do estado neste setor. Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel em Mato Grosso (Sindibio), Rodrigo Guerra, o cenário é positivo e otimista. Ele aponta que um dos principais motivos é a vocação agrícola do estado que contribui com o desempenho do biodiesel processado basicamente a partir do óleo de soja, carro-chefe da produção agrícola mato-grossense.
Dados da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) mostram que, no estado, 85% do biodiesel é extraído da soja, 10% do sebo bovino e 5% de outros óleos. No primeiro semestre de 2016, a produção mato-grossense de biodiesel ficou em 408,7 milhões de litros, o que já representa 21,9% da produção nacional.
“Nós não somos uma ‘extratora’ de petróleo, mas temos uma ‘plantinha’ que é uma pequena usina, como se fosse um poço de petróleo. Mato Grosso é carente de indústrias, são 15 ao todo. Não dá para aumentar o número usinas, mas as existentes têm capacidade para absorver a produção de soja e estão preparadas para abastecer o Brasil. Por isso, o agricultor precisa entender porque o biodiesel é importante para ele e porque agrega valor a sua propriedade, pois a soja produzida por ele é matéria-prima para o biodiesel. No Congresso de Bioenergia vamos mostrar essa importância do biodiesel para toda cadeia produtiva”, afirma Guerra, que será mediador do painel “Oportunidades com o Biodiesel”.
Além de Rodrigo Guerra, também farão parte do painel o diretor-superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, o consultor técnico da Ubrabio, Donato Aranda, e o gerente de economia da Associação Brasileira de Indústrias de óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral.
“Mato Grosso produz 28 milhões de toneladas de soja por ano. Com isso, o estado sozinho poderia abastecer o Brasil todo com B10, usando apenas metade da soja produzida no estado”, avalia o diretor da Ubrabio.
Atualmente, existem no Brasil 51 usinas de biodiesel, que produzem 7,2 bilhões de litros por ano. O produto biodiesel é vendido em leilões públicos promovidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Foi sancionada a lei para elevar para oito, nove e 10% o uso do biodiesel, a cada ano, e até 2019 chegar no B15. Hoje estaríamos preparados para um B10, mas a lei ainda não foi colocada em prática. Por isso, a hora é de fazer a tarefa de casa e ter esse produto para oferecer”, afirma Rodrigo Guerra.
“O biodiesel é uma alternativa que só traz benefícios, pois é menos poluente, é mais barato, gera emprego e renda nas regiões produtoras, otimiza a produção agropecuária e ainda fomenta agricultura familiar. Com a aplicação da lei, o mercado vai se abrir ainda mais e possibilitar novos investimentos e desenvolvimento da cadeia como um todo, o que vai resultar em um produto mais barato”, avalia o coordenador do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso, Ricardo Arioli.
PROGRAMAÇÃO - O painel será realizado no dia 13 de setembro, a partir das 13h30. As inscrições podem ser feitas pelo site da Famato, onde está a programação completa do evento:
www.sistemafamato.org.br/bioenergiamt. No dia do evento será necessária a entrega de 1kg de alimento não-perecível.