Barragem de Sobradinho, na BA, registra nível crítico de água

A terra está tão seca, que até o mato que normalmente insiste em crescer em meio a plantação está morrendo. No distrito de Piçarrão, no norte da Bahia, as folhas amareladas formam a paisagem junto com os galhos secos.

O agricultor José Milton da Silva aprendeu a cultivar cebola e melancia, mas desde que a seca ficou mais forte, nada mais pode ser plantado e ele precisou abandonar a lavoura.

A Barragem de Sobradinho, que é formada pelas águas do Rio São Francisco, é a grande responsável pelo abastecimento dos municípios da região, mas na primeira semana de janeiro, a capacidade do reservatório atingiu 26%. O limite de segurança estabelecido para as represas de hidrelétricas do Nordeste é de 34%.

Para tentar amenizar as dificuldades trazidas pela seca, tem gente que precisa ir até às margens do riacho Caraíba para buscar água. Caso de José Nascimento, que percorreu 12 quilômetros, desde o povoado de Piçarrão para de balde em balde e com a ajuda de parentes, conseguir ter água em casa novamente.

Como nem todos os moradores da região possuem um transporte buscar água também, a empresa responsável pelo abastecimento da cidade busca uma alternativa para resolver o problema. Eles apostam em um mecanismo que conta com um motor para tirar água do riacho Caraíba e levar até um pequeno açude, onde uma bomba faz a água chegar até a estação de tratamento no povoado, a seis quilômetros de distância.

Segundo um relatório do operador nacional do sistema elétrico, a situação é crítica também nos reservatórios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em Brasília, o secretário-executivo do ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, negou que exista risco de apagão ou de racionamento de energia no país.

O meteorologista Overland Amaral, explica quais são os fatores que estão prejudicando a formação de chuvas na região e quando deve começar o período chuvoso no Nordeste. Assista à entrevista no vídeo com a reportagem completa.