O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (6) que o racionamento de água já ocorre em São Paulo. Para ele, falta “sinceridade” da atual administração paulista, que nega o rodízio de água. Padilha participou de sabatina do UOL, Folha de S.Paulo, Jovem Pan e SBT.
Nesta terça, o volume acumulado no Sistema Cantareira caiu para 9,8% e ficou abaixo dos 10% pela primeira vez na história. A queda registrada foi de 0,2%, já que na segunda-feira (5) o índice estava em exatos 10%. No domingo, o governador Geraldo Alckmin descartou a implantação de racionamento de água em 2014.
Segundo Padilha, o racionamento começou em dezembro em Campinas, no interior de São Paulo, em fevereiro, em Guarulhos, na Grande São Paulo e em alguns bairros da capital paulista e Osasco, em março.
“O racionamento já existe. Falta de ética é cortar o abastecimento de Campinas, de Guarulhos, de bairros de Osasco e de São Paulo. [...] Falta sinceridade. Faltou transparência na gestão dessa crise”, disse.
O petista citou a necessidade de outras obras e propôs formas alternativas de utilização da água. Segundo Padilha, em 2004, a Agência Nacional de Águas (Ana) apontou “fortemente que deveriam ter sido feitas obras” hidrológicas no estado.
Alianças
Durante a sabatina, Padilha também afirmou querer alianças com partidos como o PP, de Paulo Maluf, e o PR, de Valdemar da Costa Neto, condenados em processos na Justiça.
"Vamos tirar esses partidos da base de aliança de Geraldo Alckmin", disse. Questionado se esses partidos não seriam uma jogada política a "qualquer custo", Padilha disse que a "aliança política é pautada em um programa".
Polícia
Padilha defendeu maior integração entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, desde a formação dos policiais, e banco de dados integrados. Para o pré-candidato, para a Polícia Militar ser mais efetiva, é preciso tirar policiais que exercem funções administrativas, como no serviço 190, e colocá-los na rua.
O ex-ministro da Saúde também disse que o governo não pode permitir abusos, como os que ocorreram durante a reintegração de posse do terreno Pinheirinho, em São José dos Campos, e em chacina supostamente cometida por policiais em Campinas.
Facção e presídios
Padilha afirmou que há déficit de 100 mil vagas nos presídios paulistas e que de 30% a 35% dos presos podem estar com penas vencidas e que é preciso parceria com o judiciário para acelerar os processos.
"Maior parte desses presos não deveriam estar presos", disse.
Segundo Padilha, tem presos dentro das penitenciárias que "custam para o estado e são mão-de-obra para [a facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios]."
O pré-candidato disse ainda ter "coragem de enfrentar" a facção e que é preciso estancar o dinheiro do grupo.