Com 35 mil hectares de floresta plantada no Sul e Sudeste de Mato Grosso e potencial de ocupar 500 mil hectares de solo para cultivo de eucalipto nessa mesma Região, os produtores dessa cultura já demonstram preocupação em ampliarem as áreas de plantio sem antes vislumbrarem melhor viabilidade na atividade. A justificativa dos produtores é que atualmente o eucalipto é utilizado somente para geração de energia térmica em fornalhas industriais. A falta de novos mercados tem pressionado para baixo o preço da matéria-prima.
Visando modificar esse cenário, representantes de entidades de fomento da atividade, como a CooperFlora Brasil (Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia), Famato, Arefloresta, representantes da classe política, produtores do Sul de Mato Grosso e do Sindicato Rural de Rondonópolis estiveram reunidos no Parque de Exposições da cidade para debater e apontar uma solução para não desmotivar o empresário agroflorestal.
Na ocasião, o representante da empresa norte-america, Weyerhaeuser-Solutions, Walter Benadof juntamente ao engenheiro da empresa de consultoria em serviços florestais, IMA Florestal (SP), Marcelo Ambrogi mostraram a possibilidade de desenvolver um Plano de Desenvolvimento da Indústria de Base Florestal de Mato Grosso, bem como gerenciar o crescimento da área de florestas sustentáveis, proporcionando um crescimento sólido do setor.
A Weyerhaeuser compõe hoje o maior grupo de gerenciamento florestal do mundo, predominante no mercado com nove milhões de hectares de floresta em vários países, conforme os dados da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas, informa Ambrogi. A intenção é que a experiência do grupo possa auxiliar Mato Grosso a ampliar as fontes de oferta renováveis de energia. O presidente da Cooperflora Brasil, entidade sediada em Rondonópolis (219 km de Cuiabá), produtor Gilberto Goellner ressalta que tem buscado trazer para o Estado profissionais com “expertise” para auxiliar a impulsionar o setor.
“A entidade tem poucos meses de criação, mas nasce com a missão de unir os produtores do Centro-Oeste”. Ainda na opinião de Goellner, falta unir o segmento, fortalecer os elos da cadeia produtiva para atrair a indústria. “Estamos buscando a pesquisa para profissionalizar a atividade e crescermos sólidos, atraindo investimentos, geração de emprego, renda e fomentando essa atividade que inicia agora o processo de discussão com o Governo do Estado”, enfatiza Goellner.
Os consultores que participaram da reunião em Rondonópolis estão focados na elaboração do projeto para ampliar o pólo florestal e criar um pólo madeireiro, com foco no Sul de Mato Grosso. O presidente da Famato, Rui Prado e o diretor da Floresteca e presidente da Arefloresta de Mato Grosso, Fausto Takizawa reforçam a necessidade de construir uma base de dados no Estado para quantificar o volume de floresta, idade e ampliação do segmento. “Queremos que a Cooperflora Brasil consiga reunir produtores de todo Mato Grosso para desenvolver essa atividade”, salienta Rui.
O deputado estadual, Zeca Viana, participou do encontro e falou da relevância da aprovação de políticas públicas de incentivos fiscais para fomentar a atividade, essencialmente, de uma política de atração da indústria para formação do pólo madeireiro que absorverá a produção das florestas sustentáveis.