A Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema) está investigando se as mortes de três gatos foram causadas por envenenamento. A vítima mais recente foi a gata Pretinha, que morreu no domingo (30), no Setor Leste Universitário, em Goiânia. Segundo a proprietária da gata, a dona de casa Cristina Maria do Nascimento, em três meses, três gatos que viviam na sua casa morreram em circunstâncias parecidas.
De acordo com Cristina, o animal foi encontrado às 6h45, do lado de dentro do portão, agonizando. “Nós tentamos salvá-la, mas não teve jeito. Por volta das 7h já havia falecido”, conta.
Além de Pretinha, Cristina tem 11 gatos. São felinos que recolhe na rua, cuida e depois dá para outras pessoas adotarem. “A gente está tentando fazer um trabalho há muito tempo. Há mais de sete anos venho recolhendo animais na rua. Mas agora, sinto que os trago praticamente para a morte. Eu os trago para cá, alimento, cuido, vacino, vermifugo, castro, e alguma coisa está atrapalhando o nosso trabalho”, afirma.
Inconformada com a situação, Cristina procurou a polícia para fazer um boletim de ocorrência. A Delegacia de Meio Ambiente está investigando o caso e suspeita que alguém esteja envenenando os gatos. “É um crime ambiental. É maus-tratos aos animais, ou, na esfera também penal e à Polícia Civil compete realmente apurar e é isso que nós estamos fazendo”, afirma o delegado de Meio Ambiente, Luziano de Carvalho.
Animais abandonados
De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% dos animais domésticos vivem nas ruas das cidades. No caso de Goiânia, esse número é de aproximadamente 40 mil animais nas ruas. Nas ruas da capital, são recolhidos cerca de 20 a 40 animais por dia. Os cães são maioria.
Os animais recolhidos pelo Centro de Zoonoses são cuidados e preparados para a adoção, mas há casos em que eles acabam sendo sacrificados ou eutanasiados, como é chamado o sacrifício sem dor. “Isso acontece porque não temos onde destinar esses animais. Então, as pessoas que têm vontade de adotar devem se dirigir ao Centro de Zoonoses, onde temos vários animais”, afirma o diretor do Centro de Zoonoses Luiz Elias Camargo.
Para o diretor, um dos motivos para o abandono de animais é a falha da posse responsável. “Para a maioria da população, quando o animal é filhote, ele é bonitinho, está ali na mão, junto. E esquece que o animal vai crescer, vai precisar de cuidados veterinários, alimentação diferenciada, quando a pessoa vai viajar não tem local onde deixar o animal. O que leva muitas vezes a abandonar esses animais”, comenta Luiz Elias.