Com a autoridade de quem já governou Mato Grosso e intermediou conflitos agrários, o senador Jayme Campos (DEM-MT) afirmou que o litígio envolvendo produtores rurais e índios xavantes na região de Suiá Missú, no Araguaia, é "questão de Estado".
O assunto foi tratado em seu gabinete, nesta quarta-feira (11), durante reunião entre o governador Silval Barbosa (PMDB), parlamentares federais e representantes dos produtores rurais afetados pela indefinição criada em torno da criação de uma reserva indígena na região.
Ao afastar a tese de que o tema passa apenas pelo enfrentamento junto à Fundação Nacional do Índio (Funai) e pela atuação de parlamentares federais nas comissões temáticas, Jaime defendeu a criação de um movimento cívico para mobilizar a sociedade mato-grossense no sentido de evitar o prolongamento do impasse.
“Este é assunto de Estado. O governador [Silval] precisa mobilizar os poderes legislativo e judiciário. Há documentos que tratam do impedimento para aumentar uma reserva indígena, mas falta vontade política para resolver”, declarou.
O parlamentar citou caso ocorrido no Estado de Rondônia, onde o governo estadual, o poder judiciário e as bancadas estadual e federal juntos conseguiram revogar decisão que permitia a demarcação de novas terras indígenas em prejuízo a inúmeros produtores rurais.
Sem citar nomes, Jayme mandou recado para quem, segundo ele, não têm demonstrado envolvimento para resolver o problema e defendeu uma postura pró-ativa do Estado para pressionar o governo federal a evitar que a Funai promova novos conflitos.
“Temos que reagir contra esta situação. Tem gente por aqui que não tem coragem de se posicionar. Queremos ver quem é a favor deste povo [produtores rurais]. Vejo a força do pessoal do nordeste, que se mobiliza, mas não vejo isso no centro-oeste. Querem acabar com Mato Grosso”, protestou.