Representativas de classe, autoridades politicas e sociedade, discutiram na noite de ontem no Rotary Club de Alta Floresta, a efetivação da hidrovia Teles Pires/Tapajós e a necessidade de construção de um porto de cargas na Cachoeira Rasteira, em Apiacás, no norte do Estado de Mato Grosso.
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB), foi o único representante do legislativo no encontro. Ele defende a utilização das hidrovias como modal de transportes e discute em audiência pública, em 22 de maio, a construção de eclusas nas obras das hidrelétricas nos rios Teles Pires e Tapajós.
O principal argumento em favor da construção concomitante de hidrelétricas e eclusas é a economia de recursos. Se o sistema de elevação for feito junto ao sistema de geração de energia, ela representará um acréscimo de 7% do valor total da obra. Se for feita depois, custará o equivalente a 30%.
“O único esforço necessário para viabilizarmos as hidrovias e a construção das eclusas é fazer cumprir o que diz a lei. O Governo tem funcionado como se cada Ministério fosse uma ilha. É preciso que os entes federativos conversem entre si, se isso não acontecer o desperdício não será apenas de dinheiro, mas de tempo; e um país que cresce como o Brasil, não pode viver em função do relógio e dos interesses de cada ministro, sob pena de sermos subjugados em nossa soberania,” defendeu Nilson Leitão.
No encontro foram apresentados outros números reforçam a luta pela utilização dos rios como meio de transporte.
O custo do frete por tonelada, por exemplo, cai de R$ 110,00 quando utilizada a rodovia, para R$ 56,00 se for feita através da hidrovia. Além disso, um comboio formado por 15 barcaças carregadas de grãos, tira das estradas 1050 caminhões.
Embora o transporte rodoviário continue sendo uma realidade diante da hidrovia, espera-se que a diminuição de caminhões nas estradas, possa reduzir drasticamente o número de acidentes. Segundo dados oficiais, a relação estatística de acidentes é de 1 para hidrovias e 155 para as rodovias, sendo caminhões e carretas, responsáveis por 50% deles e a morte de 20 mil pessoas por ano.
O encontro foi promovido pela Federação da Agricultura de Mato Grosso (FAMATO), Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Associação dos Produtores de Soja (APROSOJA) e Movimento Pró-logística.
O porto de Cachoeira Rasteira, defendido pelos participantes do encontro, é a última fase da implantação da hidrovia e está previsto para ser entregue em 2018.