Dólar segue em alta no fim da semana

O dólar operava em alta nesta sexta-feira (16), voltando a rondar o patamar de R$ 2,36, com o mercado à espera dos leilões do Banco Central para rolar contratos de swap cambial que vencem em setembro.

Perto das 14h, a moeda dos Estados Unidos subia 1,64%, a R$ 2,3768 na venda - ainda o maior patamar (no fechamento) desde março de 2009. 

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (15), alcançando a máxima desde o início de março, num novo dia de teste de paciência para o Banco Central diante das expectativas de que a política monetária nos Estados Unidos pode mudar.

O dólar subiu 0,58%, a R$ 2,3385 na venda, após ter batido R$ 2,3517 na máxima do dia. É a maior cotação desde 11 de março de 2009, quando a moeda fechou em R$ 2,351.

Na semana, a moeda tem alta de 2,84% e no mês, de 2,46%. No ano, a valorização chega a 14,37%.

A alta do dólar no Brasil está sendo afetada, como em outros emergentes, pela expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a reduzir em breve as compras mensais de títulos no valor de US$ 85 bilhões, o que aumentou a liquidez do mercado internacional.

Mas a fraqueza do real está mais acentuada do que outras moedas similares devido à falta de confiança neste momento sobre o desempenho da economia brasileira à frente.

Analistas do mercado de câmbio têm sublinhado que a autoridade monetária não conseguirá reverter a tendência de alta atuando apenas no mercado futuro, como vem fazendo, e precisaria também atuar no à vista.

Mas esse não foi o sinal dado na quinta-feira quando o BC anunciou que iniciaria a rolagem de 100.800 contratos de swap cambial tradicional --que funciona como uma venda futura de dólares-- que vencem em 2 de setembro de 2013. Os contratos equivalem a 5 bilhões de dólares.

"O BC informa ainda que, além desta rolagem, continuará com sua política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio", informou a nota divulgada na noite de quinta-feira.

Diante disso, crescem as expectativas de que a moeda norte-americana continuará subindo com força no Brasil.

Para o Barclay's, o dólar terá elevação gradual chegando a R$ 2,45 nos próximos 12 meses. "Estamos preocupados que a deterioração dos fundamentos brasileiros (conta fiscal pior, aumento do déficit em conta corrente e falta de planejamento de longo prazo do governo) levará a um downgrade de crédito no primeiro trimestre de 2014, o que pressionará mais o real."

Rolagem

O BC iniciou nesta manhã a rolagem dos 100.800 contratos que vencem no início setembro. Nesta primeira etapa foram vendidos o lote total de 20 mil contratos, cujo vencimento ficou para 1º de abril do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a US$ 989 milhões.

"No curtíssimo prazo o mercado está meio assustador, tem a pressão de rolagem de US$ 5 bilhões de swap cambial e tem a possibilidade de o Fed diminuir estímulo", resumiu o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.