Fazer educação em saúde é sempre um grande desafio. Imagine então pensar em atividades de educação dobre doenças sexualmente transmissíveis e AIDS para pessoas com deficiência e analfabetas! Pois é, um grupo de jovens pernambucanos portadores de deficiência auditiva aceitou o desafio e através do teatro desenvolveu um interessante trabalho de aproximação entre a a informação em saúde e o público com necessidades educativas especiais. Trata-se do Projeto Tampopo, iniciado em 2008 com o objetivo de impedir o aumento da taxa de
infecção por HIV/AIDS entre Surdos e pessoas com outras deficiências que sejam analfabetas, desenvolvendo um trabalho "de surdo para surdo", com comunicação acessível.
A brincadeira e a alegria estiveram presentes como elementos facilitadores das atividades de educação. Um espetáculo teatral recheado de bom humor abordava temas da sexualidade humana foi produzido e encenado em diversos locais pelos jovens participantes do Tampopo. A utilização do teatro como estratégia de educação em saúde traz novas possibilidades de aproximação entre ciência e sociedade, conforme comenta o Mestre em Ciências (ICICT/FIOCRUZ) e docente de Arte no Curso Técnico de Agentes de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, Leonardo Melo (Salo): "o desafio de promover o entendimento público das ciências da saúde
requer um grande esforço por parte de diferentes sociais. Além de políticas públicas que incentivem pesquisas e práticas de informação e comunicação em saúde, é fundamental que práticas como a do Projeto Tampopo sejam fortalecidas. As relações entre ciência e arte podem ser muito mais íntimas do que muita gente pode pensar e especificamente na área da saúde, a arte pode ajudar na perspectiva da promoção da saúde
ou como instrumento para a mobilização comunitária. Pode-se pensar ainda em situar a arte como dispositivo para facilitar o entendimento da informação em saúde, através de práticas dialógicas que não possuam
um viés bancário, como bem recomendava Paulo Freire".
Tampopo é o nome como são conhecidas no Japão várias espécies de plantas do gênero botânico Taraxacum, que no Brasil conhecemos como Dente de Leão. As sementes desta planta são levadas para longas distâncias com o vento, dando vida à novas plantas em novos lugares. Por esta razão, o nome foi escolhido para representar a ideia presente no trabalho executado pelo grupo, que atuam indo ao encontro das pessoas surdas, com outras deficiências e analfabetas nos municípios do interior do Estado, onde as informações nem sempre chegam de forma acessível. O Projeto TAMPOPO focou principalmente cidades do Nordeste do Brasil que apresentavam altos índices de deficiência. As atividades desenvolvidas buscavam além de levar informação em saúde para esta parte da população, capacitar multiplicadores na comunidade surda. Foram desenvolvidos materiais educativos impressos.
O número de casos de AIDS no Brasil pode chegar a 600 mil, segundo números do Ministério da Saúde. Em Agosto, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais a Secretaria de Vigilância em Saúde e o Ministério da Saúde organizarão o IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, o II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, o VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e o V Fórum Comunitário Latino-americano e do Caribe em HIV/AIDS e DST. O conjunto de eventos discutirá sistemas de saúde e redes comunitárias para a prevenção destas doenças.
ENVIE PARA UM AMIGO