O Ministério da Justiça foi cercado por cruzes. “Nós estamos fazendo isso para representar as famílias de agricultores familiares que estão sendo expulsas das áreas que dizem ser indígenas”, diz a agricultora Enelsi Mariani.
Um caixão representou o luto desses agricultores.
Duzentos pessoas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina montaram acampamento ao redor do prédio, ocuparam as entradas e assaram galetos.
Os agricultores reclamam que muitas propriedades que ficam entre o norte do Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina serão desapropriadas para a demarcação de terras indígenas.
Segundo a Fetraf, o Governo Federal quer criar 16 reservas onde hoje cerca de 10 mil famílias produzem grãos, aves, frutas, hortaliças e animais.
Um grupo foi recebido pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. A reunião, a portas fechadas, durou quase três horas. Segundo o coordenador da Fetraf Sul, Rui Valença, os manifestantes cobraram do ministro da Justiça a suspensão das portarias do governo que determinam a desocupação de propriedades no Sul e novas análises para a definição das áreas de interesse indígena. Eles pediram também o cancelamento da desocupação marcada para a próxima segunda-feira (11) no município de Sananduva, no Rio Grande do Sul.
Em nota, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que vai ainda este mês aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para discutir a demarcação de terras indígenas.