Mato Grosso, 16 de Abril de 2024
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Justiça Federal solicita o bloqueio de R$ 78 milhões de empresário preso

22.05.2015
15:08
FONTE: G1

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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato em primeira instância, solicitou o bloqueio de R$ 78 milhões do empresário Milton Pascowitch, preso na 13º fase da operação. A justiça pediu também o bloqueio do mesmo valor de José Adolfo Pascowitch, irmão de Milton.

A solicitação da Justiça é de quinta-feira (21), mesmo dia em que a última etapa da Lava Jato foi deflagrada em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, cumprindo seis mandados judiciais.

De acordo com a PF, Milton atuava como elo entre a diretoria de Serviços da Petrobras e o Partido dos Trabalhadores (PT). O contato era feito por meio da JD Consultoria, de propriedade do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, conforme a Polícia Federal.

O empresário foi preso na manhã de quinta em casa, em São Paulo. À tarde, chegou a Curitiba. Ele está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na superintendência da corporação. Na manhã desta sexta (22), Milton foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML), na capital paranaense, para fazer o exeme de corpo de delito. O procedimento, que é padrão após a prisão, durou aproximadamente dez minutos. Milton deve prestar depoimento na segunda-feira (25), de acordo com a PF.

Segundo as investigações, o empresário era um dos operadores de propina no esquema da Petrobras. Ele atuava junto à Engevix, empreiteira com contratos com a estatal e que é acusada de pagar propinas a diretores. Por meio de empresa própria, Pascowitch pagou R$ 1,4 milhão à consultoria de Dirceu, que nega irregularidades.

"A única ligação entre Pascowitch e o Partido dos Trabalhadores que temos hoje é através do José Dirceu. A empresa de Milton fez pagamentos à JD entre 2011 e 2012", disse o delegado Igor Romário de Paula.

Milton Pascowitch fez o repasse por meio da Jamp Engenheiros Associados LTDA. De acordo com o ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, a Jamp era responsável por repassar propina paga pela construtora Engevix.

O ex-ministro José Dirceu reafirmou, em nota, que o contrato com a Jamp "teve o objetivo de prospectar negócios para a Engevix no Peru e não teve qualquer relação com contratos na Petrobras". O documento diz ainda que, durante a vigência do contrato, Dirceu viajou a Lima para tratar de interesses da Engevix, o que foi confirmado pelo ex-vice-presidente da construtora Gerson Almada em depoimento.

"Em seu depoimento à Justiça, Almada afirmou que nunca falou com o ex-ministro a respeito da Petrobras", diz a nota.

O Partido dos Trabalhadores informou ao G1, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar.

Busca e apreensão

Ainda na quinta, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de José Adolfo Pascowitch. No local, foram encontrados 40 quadros de artistas renomados. Outros vinte e mais duas esculturas foram apreendidas na casa de Milton. As obras de arte devem ser encaminhadas ao Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, na próxima semana.

Novo foco

A PF sustenta que agora tem um novo foco de investigação. Isso porque, Pascowitch, que presta serviços à Ecovix, empresa do ramo de construção naval e offshore (empresas de exploração petrolífera que operam com plataformas no mar), ligada à Engevix, atuou em contratos firmados com as diretorias de Exploração e de Serviços da estatal.

O empresário assinou contratos com um estaleiro e a diretoria de Exploração, que agora serão investigados. "Nós não tínhamos nada de concreto de que alguém tivesse atuado nesta diretoria, mas agora Pascowitch nos leva até lá através da Engevix", disse o delegado Igor Romário.

Denúncia

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse aos investigadores que o empresário recebia propina para o PT vinda da empresa Engevix. Já o vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, que cumpre prisão em regime domiciliar, afirmou em depoimento que, além de pedir doação de campanha para o PT, Milton Pascowitch intermediou o pagamento de propina da Engevix com a diretoria de Serviços da Petrobras, que era ocupada por Renato Duque. O ex-diretor está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, no Paraná.

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