O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, liberou para julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O julgamento definirá se Raupp vira ou não réu na Lava Jato. A data terá que ser marcada pelo presidente da Segunda Turma do Supremo, ministro Gilmar Mendes.
A investigação apontou suspeita de irregularidade em uma doação oficial de R$ 500 mil para a campanha do senador em 2010. O dinheiro partiu das construtoras Queiroz Galvão e Vital Engenharia.
Em delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que o senador Valdir Raupp era um dos beneficiados com dinheiro desviado da estatal por meio de transferências realizadas pelo operador Fernando Soares, o Fernando Baiano.
O doleiro Alberto Yousseff disse que acertou com uma assessora de Raupp a doação que seria feita pela Queiroz Galvão. Fernando Baiano confirmou as declarações.
Segundo relatório, indícios da investigação, como emails de dirigentes da construtora Queiroz Galvão e doações de recibos, reforçaram as suspeitas apontadas em acordos de delação premiada.
Foram apontados ainda telefonemas trocados e reuniões entre o senador e delatores da Lava Jato, como Paulo Roberto Costa e Fernando Baiano.
A partir das delações, foi aberto inquérito para apurar doação de R$ 500 mil pela Construtora Queiroz Galvão e pela Vital Engenharia. A doação oficial, afirma a PF, seria "vantagem indevida fruto de contratações ilicitamente negociadas na Petrobras".
A investigação apontou que Raupp intermediava o interesse de empresas privadas na Petrobras e que sua assessora Maria Cleia a ajudava. O cunhado Paulo Rocha, irmão da mulher de Raupp - Marinha Cléia Raupp - foi responsável pela assinatura de recibos eleitorais.