O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira (8) que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, se descredenciou para continuar à frente do órgão.
Nesta quarta (7), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, a rejeição das contas do governo federal de 2014. Devido a irregularidades, como as chamadas “pedaladas fiscais”, os ministros entenderam que as contas não estavam em condições de serem aprovadas.
No domingo, Adams e outros ministros informaram que pediriam o afastamento do ministro Augusto Nardes da relatoria e do julgamento do processo porque, na visão deles, Nardes cometeu uma irregularidade ao manifestar opinião e antecipar publicamente seu voto.
“A Advocacia-Geral da União (AGU) e seu titular devem assessorar a presidente da República para que ela não cometa ilegalidades. O advogado-geral da União virou arauto da ilegalidade, [...], como se seu papel fosse político. Ele se descredenciou para continuar à frente da importantíssima AGU”, disse.
O senador disse que houve uma "tentativa nefasta" de constranger os tribunais. "A tentativa nefasta de constranger os tribunais, como fez o advogado-geral da União, permitiu que se escrevesse a pior, a mais triste página da história daquela que é uma instituição de estado", disse.
Aécio disse que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal e terá de responder por isso. “O Tribunal de Contas, por unanimidade de seus membros, atestam que a presidente, para vencer as eleições, cometeu crime de responsabilidade e terá que responder por isso”, disse.
O documento aprovado pelo TCU é um parecer prévio, que será encaminhado ao Congresso Nacional, que dará a palavra final sobre o tema.
“Eu acredito que o sentimento das ruas, que já foi compreendido nos tribunais, na verdade chegará ao Congresso Nacional e certamente será ele que dará aqui a última palavra”, disse Aécio. Segundo o parlamentar, o Congresso “se manifesta em grande parte sintonizado com os sentimentos das ruas”.
Impeachment
Questionado sobre se o PSDB faria algum pedido de impeachment ou apoiaria algum dos que foram apresentados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Aécio disse que o partido aguardará manifestação de Cunha.
“O PSDB vai aguardar manifestação do presidente da Câmara dos Deputados e, obviamente, se o impeachment for colocado em votação, o PSDB se colocará favoravelmente àquilo que pensa não apenas seus eleitores, mas mais de 60% da sociedade brasileira”, disse.