Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Secretário alega que só soube dos remédios vencidos ao assumir cargo

30.07.2015
11:05
FONTE: G1 MT

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  • Parte dos remédios seria usada para dor, febre e infecção urinária
O secretário de Saúde de Várzea Grande, Cassius Clays de Azevedo, foi ouvido pelos vereadores da cidade, nesta quarta-feira (29), e afirmou que só descobriu as duas toneladas de remédios vencidos nos estoques públicos após assumir o cargo. Azevedo foi convocado para depor em Plenário sobre a polêmica dos medicamentos encontrados fora do prazo de validade, cujo prejuízo estimado pela Prefeitura é acima de R$ 1 milhão.

Os vereadores questionaram o fato do atual secretário ter sido funcionário público na gestão anterior e atuado como médico. “Eu era médico assistente da área de infectologia, inclusive, alguns medicamentos que eu solicitava faltavam e não tinham na farmácia. Então não tinha como eu saber sobre a situação. Somente como secretário que eu pude me inteirar do que realmente estava ocorrendo”, afirmou.

O secretário apresentou aos parlamentares documentos e relatórios sobre os medicamentos que, segundo ele, foram adquiridos entre 2012 e 2014, ainda na gestão do prefeito cassado Walace Guimarães (PMDB). Segundo o secretário, o então prefeito teria deixado de distribuir os remédios, que acabam perdendo a validade dentro do Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (Cadim) e no Centro de Controle de Zoonoses.

“Quem imputa culpa é o Ministério Público Estadual (MPE). Então o meu papel é fazer esse inventário e entregar aos órgãos de competência”, declarou o secretário. A comissão de Saúde da Câmara, formada por três vereadores, informou que já foi acionada e que fez requerimento para que o secretário envie os documentos sobre o levantamento dos remédios vencidos.

Por outro lado, alguns vereadores disseram que a situação já é antiga e que  sabiam do caso. O vereador Fábio Saad (PTC) disse que o fato tinha sido auditado pelo Ministério Público de Contas (MPC) e que acompanha o processo desde 2012.

O ex-secretário de Saúde Daoud Abdallah acompanhou a sessão na Câmara de Vereadores e informou que antes de deixar o cargo, tinha encaminhado o processo para a Procuradoria-Geral do Município. “Nós abrimos um processo e ele estava já na Procuradoria, mas pela atual gestão foi suspenso, ou seja, esse processo findou, não deram continuidade e hoje não tem como incinerar esses medicamentos. Terá que abrir um novo processo”, explica.

O prefeito cassado, Walace Guimarães, que deixou o cargo no último mês de abril, rebateu as informações e alegou que os remédios que venceram nos últimos três anos não foram comprados na gestão dele.

Os medicamentos foram encontrados durante vistoria realizada pela Prefeitura de Várzea Grande no início do mês de julho. Inicialmente foram encontrados 400 mil remédios vencidos e ainda insumos hospitalares fora do prazo de validade. Eles estavam armazenados no Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (Cadim). Uma semana depois, encontraram mais duas toneladas de medicamentos vencidos no Centro de Zoonoses de Várzea Grande e unidades da saúde.

Ainda segundo a Secretaria de Saúde, no Centro de Zoonoses e nas unidades de Saúde foram achados ainda equipamentos médicos hospitalares sucateados, como sete incubadoras para UTIs neonatal, aparelhos de raio-X, camas hospitalares, aparelho de foco cirúrgico e armários.

Os remédios encontrados deveriam ter sido usados para tratamento de doenças como epilepsia, parasitose intestinal, dor, febre, infecção urinária, úlcera, convulsão e gastrite, informou a secretaria. O caso também é investigado pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE).

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