Aos 72 anos seu Marviniel Nunes do Nascimento, morador de Barão de Melgaço (113 km ao sul de Cuiabá) vai poder voltar a enxergar melhor depois de passar pela consulta com oftalmologista que lhe receitou os óculos adequados. O atendimento foi realizado pelos médicos da Unidade Móvel cedida pelo Governo do Estado e que integra o projeto Ribeirinho Cidadão, do Tribunal de Justiça (TJMT) e Defensoria Pública de Mato Grosso.
Nascido e criado em Barão de Melgaço, seu Marviniel conta que a vista já estava “meio fraca”. Como nunca havia consultado com um médico, devido a dificuldade de deslocamento até a capital, ele avaliou que o fato do projeto levar atendimento até sua cidade só veio para ajudar. “Já estava sofrendo com a vista fraca. É só Deus mesmo que pode fazer melhor que isso. Agora minha vista não vai ficar mais embaçada”, disse.
A falta de médico oftalmologista no município também fez com que dona Donatila Domingas de Moraes, de 66 anos procurasse a equipe do Ribeirinho Cidadão para consultar e já providenciar seu óculos. Moradora da comunidade de Croará, em Barão de Melgaço, ela conta que também não enxergava muito bem, mas assim que o óculos chegar o problema vai estar resolvido. “O Ribeirinho Cidadão é muito importante para dar essa assistência pra gente. Cuiabá fica muito longe pra gente ir lá consultar com médico”.
Dona Benedita Gonçalves Neta, 59 anos, aproveitou os serviços oferecidos na cidade para fazer a segunda via do seu RG. Ela é lavradora na comunidade de Acorizal, nas imediações e fez questão de elogiar a agilidade em que foi atendida. “É mais fácil para nós que somos rurais ter o serviço aqui em Barão. Não precisamos gastar com nada e saio daqui satisfeitíssima”, ressalta.
A estudante Eduarda da Silva Almeida, não quis deixar para depois a oportunidade de fazer seu título de eleitor. Ela foi até o posto do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), um dos parceiros do projeto, para realizar o cadastro biométrico. Com 16 anos de idade ela fala que fez questão de fazer seu título para poder votar já nas próximas eleições. “É uma oportunidade de exercer a cidadania. Achei bom eles virem até a gente porque nem sempre tenho oportunidade de ir até Cuiabá. Agora eu posso votar, uma vontade que sempre tive”.
Depois de dois anos de relacionamento Rogério Pereira e Suelen Cristina da Silva oficializaram a união e se casaram no civil. Foi tudo feito dentro da chalana, ancorada na beira do Rio Cuiabá, sem qualquer burocracia e gratuitamente, com a presença de uma juíza. Esse é um dos diversos serviços oferecidos pelo Ribeirinho Cidadão. Eles aproveitaram a oportunidade do projeto estar na cidade para realizar um sonho que ambos tinham de formalizar o casamento. “A gente sempre quis casar e chegou a nossa hora. Esse projeto é muito bom porque ajuda muita gente e isso é importante”.
Além da área jurídica, os moradores das comunidades têm uma série de atendimentos oferecidos pelo projeto, tanto na área social quanto médica. Tudo gratuito. A etapa fluvial, rio abaixo, acontece desde o dia 11 e vai percorrer 30 localidades. Juntamente com o NAsH “Tenente Maximiano”, também participam do projeto as chalanas Athenas, Oasis e Anaconda. No navio são oferecidos atendimentos médico e odontológico, além de distribuição de medicamentos para quem precisa. O projeto terminará no dia 20 de fevereiro, no município de Poconé (104 km ao sul da capital).
O Ribeirinho Cidadão começou com a parte terrestre, realizada entre os dias 1º e 10 de fevereiro e atendeu comunidades rurais de Santo Antônio de Leverger, Juscimeira e Mimoso.
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