Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Retiro cristão em Mato Grosso vira 'refúgio' contra Carnaval tradicional

07.02.2016
09:33
FONTE: G1 MT

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  • Gerente de recursos humanos, Franciela Fioresi, já participou três vezes do retiro
Enquanto milhares de foliões já começam a tomar as ruas de Cuiabá para festejar o Carnaval, outras centenas optaram por fazer desta data um período de sossego e de apego à espiritualidade. Cerca de 400 pessoas participarão entre este sábado (6) e a próxima terça-feira (9) de um retiro cristão promovido pela igreja Assembleia de Deus Nova Aliança (Adna) em Chapada dos Guimarães, município a 65 km da capital. Os participantes passarão por momentos de reflexão, gincanas e também diversas atividades esportivas.

Separados por duas faixas etárias, o evento tem conceitos diferentes. Adolescentes de 12 a 17 anos farão parte do retiro cuja temática deste ano é “Impactados para impactar.”. Já os jovens que não são casados e que tem pelo menos 18 anos, trabalharão com o tema “Submerso”. Os dois enunciados fazem referências às experiências cristãs que serão trabalhadas nesses quatro dias.

Segundo o assessor da Adna Jonathas Rodrigues, os dois grupos estarão em locais diferentes e toda preparação do retiro foi pensada nas diferenças de público. “Nosso trabalho tenta respeitar as idades dos participantes. A espiritualidade, apesar de ser cristã de maneira geral, será levada até eles de forma diferente. As pregações, os louvores, tudo, tem um conceito próprio para cada turma. São cerca de 200 pessoas, entre retirantes e equipe de trabalho, que estarão em cada ambiente”, explica.

Jonathas ressalta que o retiro, apesar de ser organizado por uma igreja de vertente protestante, é aberto para todos os públicos. A ideia do projeto é oferecer uma alternativa um pouco mais familiar ao Carnaval tradicional. “Nós vamos para um espaço onde poderemos refletir sobre a nossa existência. Esse é o momento onde temos um encontro com Deus a partir de um lazer que respeita os valores humanos, a ética, a família e que tenta resgatar os valores cristãos”, aponta.

Na programação do retiro estarão além de orações e louvores, brincadeiras e gincanas para o grupo dos adolescentes e competições esportivas para os jovens. As equipes da organização são formadas por profissionais responsáveis pela segurança, limpeza, alimentação, músicos e autoridades religiosas como pastores.

O assessor da Adna defende que a atividade é mais salutar porque cumpre melhor o papel da devoção religiosa do que as folias mais comuns da data. “No Carnaval existe uma publicização de que tudo é permitido. Além disso, é um evento que atende à prática apenas dos prazeres carnais do homem. Nós entendemos que quando a pessoa assume o cristianismo, tudo que não for feito para a honra ou para a glória de Deus não lhe convém”, diz.

O retiro custou cerca de R$ 150 para cada pessoa e as vagas eram limitadas. Jonathas lembra que todos os menores de idade tiveram que apresentar uma autorização assinada pelo responsável legal para poder participar e que esta é a 14ª edição do evento.
 
Retirantes
A gerente de recursos humanos Franciela Fioresi, de 35 anos, relata que participará pela quarta vez da celebração e que todo ano aguarda ansiosamente pela chegada da data. “É um lugar [retiro] que te proporciona uma proximidade maravilhosa com Deus. Lá você encontra um lugar de paz, tranquilidade, faz novos amigos, compartilha conhecimentos, angústias, alegrias e conquistas. Sempre fico nervosa quando a data começa a se aproximar”, afirma.

Ela conta que é evangélica há cinco anos e que começou na denominação por influência da irmã, após passar por problemas pessoais. Ela, que diz já ter frequentado festas tradicionais de Carnaval, conta que a experiência no evento religioso é mais proveitosa espiritualmente.

“O Carnaval é justamente o oposto. É somente o carnal, com a bebida e prostituição. Diferentemente disso, no Reino de Deus você é influenciado a ajudar as pessoas. Você tem um direcionamento que te leva para o bem”, alega.

A psicóloga e maquiadora Lucieny Rocha aponta que a ida das duas filhas - de 12 e 14 anos - ao retiro foi uma conquista das próprias garotas. Ela afirma que nada foi imposto e que desde pequeno as adolescentes gostam de estar presente no ambiente religioso.

“Elas têm essa vida pela busca do lado espiritual. Esse interesse surgiu de forma natural. E para elas foi uma conquista irem para o retiro. É a segunda vez que elas participam e sempre é assim. A viagem tem que ser obtida pelo mérito delas”, explica.

A mãe das adolescentes conta que não nasceu em berço evangélico, mas que já professava essa fé quando a primeira das filhas nasceu. Ela lembra que participou uma vez de um retiro parecido, na juventude quando era católica, e que as lembranças são as melhores possíveis.

A psicóloga revela que se sente feliz com a escolha das jovens, principalmente em comparação com o que ela enxerga nas festas de Carnaval. “Você vê pessoas bebendo, brigas e outros problemas. Com o pessoal da igreja elas buscarão a presença de Deus e outras coisas que servirão para o crescimento espiritual e para a edificação das vidas delas. Se eu colocar na balança, me sinto realizada por essa escolha das duas”, argumenta.

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