Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
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Menino que morreu após ser agredido pelo pai foi vítima de tortura, diz polícia

25.08.2016
06:40
FONTE: G1 MT

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  • Hugo Gabriel Augusto Gomes, de 5 anos, foi internado na tarde de sábado (20) e morreu no domingo (21)

O menino Hugo Gabriel Augusto Gomes, de 5 anos, que morreu no final de semana passado enquanto estava internado no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC), foi vítima de tortura, segundo a Delegacia Especializada da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). O pai do menino, Eleony Luis de Andrade, de 34 anos, é suspeito de ter batido no filho, provocando a morte da criança. Ele teve a prisão preventiva decretada e está preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).

Hugo foi internado no sábado (20) e morreu no domingo (21) depois de sofrer hemorragia e três paradas cardiorrespiratórias. Eleony foi preso na segunda-feira (22), em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Segundo a polícia, ele tem passagem por violência doméstica cometida contra a mãe da criança. Eleony foi detido perto da rodoviária daquele município. Ao delegado, ele negou ter agredido ou matado o filho.

Para o delegado Eduardo Botelho, da Deddica, a atitude de Eleony ao saber da morte do filho não é comum. “Não é normal a conduta de um pai, que ao saber da morte do filho foge para outro município, ao invés de ficar ao lado do caixão e sentir o luto”, disse. O menino morava com os pais e um irmão no Bairro Doutor Fábio 2, em Cuiabá.

Conforme a Polícia Civil, o laudo da necropsia apontou que o menino morreu em decorrência de infecção (septicemia), causada por lesões internas. A polícia diz que já reuniu indícios de que as agressões iam além de maus-tratos. “Foi colocado algum travesseiro, ou lençol e daí foram dados os golpes que causaram a ruptura intestinal e do estômago da criança. O laudo deixa claro que a vítima foi submetida a um intenso sofrimento físico e psicológo, o que configura crime de tortura, qualificado pelo óbito”, afirmou Botelho.

Ainda segundo o delegado, cinco pessoas já foram ouvidas durante a investigação. De acordo com os depoimentos, o menino já vinha sofrendo as agressões há mais de seis meses. As pessoas ouvidas chegaram a relatar que quando notavam os sinais de maus-tratos eram ameaçadas pelo suspeito.

A mãe de Hugo, Kely Aparecida Gomes de Almeida também foi ouvida pela polícia. A princípio, a família alegou que o menino tinha caído da cama e apresentava convulsões. Em depoimento nesta quarta-feira (24), Kely contou já havia visto feridas e marcas no corpo do filho. “Sempre que eu via eu perguntava se estava acontecendo alguma coisa, mas ele me dizia que caía no quintal, que estava correndo”, disse.

Conforme o delegado, durante os próximos dez dias ainda devem ser colhidos novos depimentos, inclusive do irmão mais novo de Hugo, que estava na casa no momento das agressões.

Entenda o caso

Hugo estava sob os cuidados do pai biológico no momento em que supostamente passou mal. A mãe dele voltava do trabalho quando foi avisada pelo pai que o menino estava tendo convulsões. A família levou a criança até a policlínica do Bairro Planalto, onde foi estabilizada pelos médicos. Por conta da gravidade, a equipe transferiu Hugo até o PSMC, onde ele morreu no domingo pela manhã.

O corpo dele foi velado e enterrado na segunda-feira (22), em Cuiabá.

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