Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Leste de Mato Grosso concentra municípios 'nanicos' do estado

31.08.2014
01:02
FONTE: G1

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A região leste de Mato Grosso, ao longo da divisa com os estados de Goiás e Tocantins, concentra seis dos dez municípios menos populosos do estado. Araguainha, Serra Nova Dourada, Ponte Branca, Luciara, Ribeirãozinho e Novo Santo Antônio são municípios “nanicos” que, segundo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não chegam a reunir sequer três mil habitantes cada.

A lista dos dez municípios menos populosos do estado é liderada por Araguainha, com apenas mil habitantes, e completada pelos demais cinco “nanicos” da região leste e representantes de outras regiões, como Santa Cruz do Xingu (ao norte, perto da divisa com o estado do Pará), Indiavaí e Reserva do Cabaçal (na região oeste) e Planalto da Serra, mais ao centro do território mato-grossense.

Região leste
Na porção mais ao sul do lado leste de Mato Grosso, Araguainha (a 471 km de Cuiabá) forma com os municípios de Ribeirãozinho (2.275 habitantes) e Ponte Branca (1.648) um núcleo de cidades pouco populosas. A maior parte da ocupação desta área do estado foi decorrente da antiga atividade garimpeira, 

Com direção ao norte, ainda no lado leste do estado, são encontrados municípios como Luciara (2.121 habitantes), Serra Nova Dourada (1.492) e Novo Santo Antônio (2.301) entre as terras da reserva indígena do Xingu e a divisa com o estado do Tocantins. A centenas de quilômetros de distância da capital, esta parte nordeste do estado passou anos sendo chamada de “vale dos esquecidos”.

Como resultado do isolamento, do crescimento econômico limitado pelas condições de logística e da distância em relação à capital do estado, a população desses municípios nanicos utiliza cidades um pouco maiores como polos para serviços, comércio e afins.

Este é o papel desempenhado, por exemplo, por Alto Araguaia (a 426 km de Cuiabá e com 17.168 habitantes) ou por Barra do Garças (a 516 km e com 58.099 habitantes) para os moradores de Ponte Branca, Ribeirãozinho e Araguainha quando o assunto são serviços bancários, estudos e busca de empregos, entre outros.

Nesta região, os moradores também recorrem à cidade goiana de Mineiros para, por exemplo, sacar o salário do mês no caixa eletrônico.

População e economia
Segundo o prefeito de Ponte Branca (a 502 km da capital), Humberto Nogueira (DEM), a segurança e o aspecto pacato da cidade é o principal benefício de sua população tão pequena.

Entretanto, administrar um município tão pouco populoso – a não ser que se invista fortemente na agricultura e na logística - significa depender integralmente dos repasses de verba da União via Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que a administração arrecada muito pouco com tributos como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Nogueira relata que a pecuária, principal atividade local, reflete pouco em crescimento econômico e a principal geração de empregos acaba sendo a própria administração municipal. Como a população jovem emigra para outras cidades em busca de estudos e trabalho em melhores condições, a população idosa gera uma demanda previdenciária insustentável.

A prefeita de Araguainha, Maria José das Graças Azevedo (PR), também reclama da dependência dos recursos da União. “O IPTU mais alto aqui é de duzentos reais e pouco”, aponta. Ela lamenta a evasão dos jovens da cidade para lugares como Cuiabá ou Goiânia, processo que dificulta a diversificação econômica local e até a renovação política. Segundo a prefeita, os pecuaristas da região não investem em outras frentes de trabalho e o município não deixa o estado de estagnação.

O resultado é uma cidade sem criminalidade e de ruas pacatas, muito tranquila para o dia a dia dos idosos e das crianças até entrarem no segundo grau, mas sem qualquer movimentação econômica que possa efetivamente refletir como melhorias por parte da administração pública.

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