Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
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Júri popular condena 2 por execução de empresário em Cuiabá há 13 anos

31.07.2015
14:42
FONTE: G1 MT

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  • Os réus Célio Alves de Souza e Julio Bachs Mayada durante julgamento em Cuiabá.
O tribunal do júri condenou nesta sexta-feira (31) o ex-pistoleiro Célio Alves de Souza e Júlio Bachs Mayada por arquitetarem e executarem o assassinato do empresário Rivelino Jacques Brunini e de Fauze Rachid Jaudy em Cuiabá em junho de 2002. O crime teria sido encomendado pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, segundo acusação do Ministério Público (MP). Célio Alves foi condenado a 46 anos e 10 meses de prisão e Mayada recebeu sentença de 41 anos de prisão.

O julgamento dos dois teve início na quinta-feira, precisou ser interrompido à noite e foi retomado às 8h desta sexta-feira, prolongando-se até a tarde, quando foi divulgada a condenação dos dois réus e as respectivas sentenças. Enquanto isso, Arcanjo – que encontra-se preso – aguarda para ser julgado separadamente pela acusação de atuar como mandante do crime.

O empresário Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy foram assassinados a tiros no dia 6 de junho de 2002. Acompanhados de Gisleno Fernandes, eles estavam em uma oficina mecânica na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA) por volta das 15h quando foram surpreendidos por Hércules de Araújo Agostinho, acusado de prestar serviços de pistolagem para Arcanjo.

Em uma motocicleta, Agostinho se aproximou e disparou contra Brunini e contra os dois que o acompanhavam. Brunini morreu na hora, atingido por sete disparos. Era ele o alvo da ação, segundo o MP. Já Rachid Jaudy, por estar junto a Brunini, acabou sendo atingido também e morreu em decorrência do ferimento. Por sua vez, também atingido na ação, Gisleno Fernandes acabou sobrevivendo.

Para fugir, Hércules – que já confessou o crime à Justiça - contou com cobertura de Célio Alves de Souza (também acusado de prestar serviços de pistolagem a Arcanjo), Júlio Bachs Mayada (acusado de arquitetar o plano de execução) e Frederico Carlos Lepesteur. Lepesteur e Hércules foram alvos de outras ações penais pelo caso. O primeiro morreu em 2007 em decorrência de câncer e o segundo foi condenado a 45 anos de prisão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Arcanjo explorava o ramo das máquinas caça-níqueis no estado indiretamente, por meio de concessões. Brunini participava do esquema subordinado a Arcanjo e, conforme as investigações, tornou-se alvo dele após realizar operações não autorizadas em Mato Grosso, como a implantação de novas máquinas caça-níqueis e a associação a um outro grupo do ramo, sediado no Rio de Janeiro e que pretendia dar fim ao monopólio de Arcanjo na área.

Para controlar as ações do subordinado, Arcanjo determinou que José Jesus de Freitas (que era sargento da Polícia Militar) assumisse a socieadade da empresa de Brunini. Na sociedade, entretanto, ambos passaram a se desentender, bem como a contrariar os interesses de Arcanjo, uma vez que Freitas também passou a agir em conformidade com o grupo de caça-níqueis do Rio de Janeiro. Freitas foi morto em uma emboscada em abril de 2002 ao chegar em sua casa no bairro Santa Rosa, em Cuiabá.

“Tendo em vista que Rivelino Jacques Brunini e José Jesus de Freitas passaram a afrontar os interesses da organização criminosa deste estado ao se associarem ao grupo do Rio de Janeiro e implantarem caça-níqueis sem autorização, Júlio Bachs Mayada e Frederico Carlos Lepesteur arquitetaram, a mando de João Arcanjo Ribeiro, suas execuções”, diz a sentença de pronúncia (decisão judicial que determina realização de julgamento de crime contra a vida pelo júri popular, formado por cidadãos comuns sem ligação com os réus). Os contratados para a execução foram Hércules e seus comparsas - entre eles, Célio Alves.

Arcanjo
Na última terça-feira (16), a juíza Mônica Catarina Perri, da 1ª Vara Criminal da capital, acatou pedido da defesa de Arcanjo e desmembrou o julgamento do ex-bicheiro pelo tribunal do júri.

A medida foi aceita porque Arcanjo constituiu um novo advogado para defendê-lo no júri popular. O adiamento até o dia 10 de setembro foi necessário para proporcionar tempo ao novo defensor para inteirar-se do processo no qual Arcanjo responderá por encomendar o crime contra Brunini.

Este não será o primeiro tribunal do júri enfrentado por Arcanjo. Em 2013 ele foi submetido ao júri popular por ter atuado como mandante da execução do empresário Sávio Brandão, também em 2002. Ele foi condenado a 19 anos de prisão.

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