Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Juiz de MT prorroga afastamento de delegado e mais cinco investigadores

26.02.2015
07:01
FONTE: Kelly Martins/G1 MT

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A Justiça de Mato Grosso prorrogou por mais 120 dias o afastamento do delegado João Bosco Ribeiro Barros e da sua esposa, a investigadora da Polícia Civil, Gláucia Cristina Moura Alt, das funções públicas. O casal é investigado por suposto apoio ao tráfico de drogas, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e por receber vantagem indevida mediante extorsão para dar 'proteção' a uma quadrilha de traficantes. A decisão é juiz da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, Luís Aparecido Bertolucci Júnior.

A prorrogação do afastamento também é para outros quatro policiais civis, que são réus no processo e supostamente estariam envolvidos no esquema. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do casal, mas as ligações não foram atendidas.

O delegado e os cinco investigadores estão afastados dos cargos desde junho de 2013, depois da Operação 'Abadom', deflagrada pela Polícia Civil para desarticular a organização criminosa. Segundo a assessoria da Polícia Civil, eles continuam recebendo o salário e respondem a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na corregedoria.

O juiz Aparecido Bertolucci Júnior ressalta que o afastamento é até o encerramento da instrução processual e dessa forma, os acusados estão proibidos de acessar as dependências policiais, utilizar bens, veículos ou equipamentos da Polícia Civil. A liberação só ocorre somente para atender requisições ou ordens de comparecimento aos órgãos superiores da instituição nesse período.

“Os requeridos são integrantes da Polícia Civil do Estado e nessa condição detêm conhecimentos, meios materiais e armas que o estado lhes disponibiliza para empregar nas atividades de investigações e de polícia judiciária em favor da sociedade e, a serem verdadeiros os fatos delineados na inicial, mantendo eles estreito vínculo pessoal com criminosos, alguns deles testemunhas nos autos do inquérito civil, terão todas as facilidades para manipular pessoas e interferir junto a outros agentes públicos, caso permaneçam no exercício das funções de seus cargos enquanto durar o processo”, consta trecho da decisão.

O magistrado explica ainda que a manutenção do afastamento é justificada, para que, “longe das facilidades que teriam propiciado a atividade ilícita, cessem o possível desvio de finalidade, a fim de se assegurar à sociedade que os meios sejam utilizados para a atividade própria da polícia civil, protegendo-se o patrimônio público”.

De acordo com as investigações, além de tentar evitar que os criminosos fossem descobertos e presos, os réus ainda negociavam a soltura dos traficantes, como concluiu a Polícia Civil após investigações. Bosco e Gláucia ficaram cerca de uma semana presos, em 2013,  e conseguiram a liberdade, após a operação.

Depois que o processo foi transferido da Comarca de Várzea Grande para a Vara do Crime Organizado em Cuiabá, as prisões preventivas dos dois foram decretadas novamente. Ele então ficou foragido por quase três meses e se entregou à polícia em setembro de 2013. Menos de um mês depois disso, a Justiça determinou que os policiais respondessem a ação em liberdade.

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