A Justiça mandou que três pessoas enfrentem júri popular pelo assassinato do empresário Douglas Wilson Ramos, de 28 anos, ocorrido em setembro de 2015, em Cuiabá. Devem ir a julgamento o ex-sócio da vítima, Nilton Cesar da Silva, o advogado Wagner Neves de Souza e o dedetizador Luiz Carlos Rodrigues, acusados de homicídio qualificado, roubo majorado, associação criminosa e ocultação de cadáver.
A data do júri ainda não foi marcada.
A determinação pela pronúncia é do dia 15 de março, proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. A magistrada absolveu Anderson Ferreira Peixoto dos crimes por falta de provas. Wagner e Nilton estão presos e Luiz Carlos, que também estava atrás das grades, teve a prisão revogada na mesma decisão.
A redação não conseguiu falar com os advogados dos acusados.
O crime
Douglas foi sequestrado dentro da empresa dele, na Avenida Archimedes Pereira Lima, na manhã do dia 24 de setembro de 2015. Ele foi assassinado, com as mãos amarradas, a tiros. O corpo dele foi encontrado 11 dias depois do desaparecimento, às margens de uma estrada na zona rural do Distrito de Nossa Senhora da Guia, a 35 km de Cuiabá. O carro dele, da marca BMW, também foi roubado.
Acusação
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado, Nilton da Silva, que era concunhado e ex-sócio da vítima, cometeu o crime porque acreditava que Douglas tinha desviado dinheiro da empresa que tinham em sociedade e porque o empresário tinha iniciado novo negócio no mesmo ramo e captado clientela da empresa anterior. Outro motivo seria que Douglas estaria devendo dinheiro ao réu. Ambos eram sócios de uma empresa de venda de cimento.
Os crimes foram planejados, segundo o MPE, 11 dias antes. Até então Nilton estava preso preventivamente por outro assassinato, também cometido em parceria com Wagner. Nilton contatou o advogado e encomendou a morte de Douglas em troca da quitação de uma dívida de R$ 70 mil.
Wagner aceitou a proposta e acertou com Luiz Carlos os detalhes da execução do crime, diz a denúncia. No dia do crime, foi o advogado quem dirigiu o veículo até a empresa de Douglas. Lá, a vítima foi rendida e teve as mãos presas com abraçadeiras de nylon. Os celulares e os dinheiros das pessoas que também estavam no local foram roubados.
Luiz Carlos foi visto no dia seguinte ao sequestro em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá. Depois, o veículo foi levado para a Bolívia. A polícia encontrou na casa do advogado acusado, dentro de uma caixa de ferramentas, abraçadeiras de nylon idênticas às que foram usadas para prender as mãos da vítima.