Os 141 municípios do estado terão 60 dias para apresentarem plano de aplicação dos R$ 20 milhões repassados pelo governo de Mato Grosso para combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e vírus zika. O montante começou a ser transferido há aproximadamente 15 dias, informou a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde.
As prefeituras terão também que cumprir metas: reduzir o índice de infestação predial (quantidade de imóveis onde há larvas do mosquito) a no máximo 1% até junho de 2016 e vistoriar 100% dos imóveis.
Doenças
O estado tem, segundo dados divulgados na última semana, 1.853 casos suspeitos de zika vírus, sendo 349 somente em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. E atualmente estão sob investigação 111 casos suspeitos de bebês com microcefalia (com o cérebro em tamanho menor que o esperado), sendo que dois deles resultaram em morte - em Cuiabá e Mirassol D'Oeste, a 329 km da capital. Estudos apontam ligação direta entre o vírus zika e a microcefalia.
O estado também notificou, neste ano, 4,7 mil casos de dengue, sendo a maior parte deles em Sinop (434). Três municípios apresentaram aumento considerado significativo pela SES-MT no número de casos notificados neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado: Cuiabá (79 para 102), Várzea Grande (23 para 51) e Rondonópolis (75 para 96).
Em relação à febre chikungunya, foram registrados no estado 33 casos suspeitos em 2016.
Repasse
A transferência dos valores consta de portaria com data de 2 de fevereiro que foi publicada no Diário Oficial do Estado que circula nesta quinta-feira (11).
Os recursos são do Fundo Estadual da Saúde. Do total, R$ 13 milhões foram divididos de forma igual entre os municípios, de forma que cada um terá R$ 92,4 mil para comprar carros e equipamentos. Os outros R$ 7,1 milhões foram repassados de acordo com a população de cada localidade.
Para tomar a medida, estado considerou o número crescente de casos notificados das três doenças e o estado de emergência em saúde pública decretado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2015, por causa do aumento no número de casos de microcefalia no Brasil.