A campanha de combate à hanseníase, tracoma e geohelmintíase (verminose) continua nas escolas da rede pública de Mato Grosso. Ao todo, 65 municípios aderiram à Campanha Nacional realizada em parceria pelos Ministérios da Saúde e da Educação (MEC) e secretarias estaduais e municipais de Saúde e de Educação.
A ação, que teve início em setembro e segue até o dia 31 de outubro, é direcionada para estudantes com idade entre 5 e 14 anos. O objetivo é prestar esclarecimentos sobre essas doenças e dar impulso no enfrentamento à hanseníase, buscando e identificando casos suspeitos e encaminhando-os ao tratamento correto. Para isso, são distribuídos material informativo e realizados exames.
Em Mato Grosso, 35 municípios foram selecionados pelo Ministério da Saúde para participar da ação e outros 30 aderiram espontaneamente. “A participação tem aumentado ao longo do tempo. No ano passado, o estado contou com a adesão de 45 municípios”, informa o coordenador Estadual do Programa de Controle de Hanseníase, Cícero Fraga de Melo, ressaltando que só em Cuiabá a meta é atender cerca de 70 mil alunos, matriculados nas 156 escolas.
Na capital, as equipes visitam oito unidades escolares diariamente. No cronograma para os próximos dias estão as escolas estaduais André Avelino Ribeiro, Leovegildo de Melo, Militar Tiradentes, Padre João Panarotto, Estevão Alves Correia, Pascoal Moreira Cabral, Pascoal Ramos, Raimundo Pinheiro, Souza Bandeira, João Briene de Camargo, Antônio Epaminondas, Tancredo Neves, Hélio Palma de Arruda e Barão de Melgaço, entre outras.
De acordo com Melo, até agora apenas um caso suspeito de hanseníase foi identificado. “Em situações como esta, a criança é encaminhada à rede básica de saúde para exame médico e confirmação ou exclusão do diagnóstico, sendo priorizado o atendimento”, informa.
Para o secretário adjunto de Política Educacional, Gilberto Fraga, a interação entre as pastas de Saúde e Educação, gestores e família é de suma importância para a comunidade escolar. “Campanhas como esta contribuem para a formação integral dos estudantes e é fundamental que o poder público realize trabalhos que visem o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento das crianças e jovens da rede pública de ensino”, aponta.
Ações
Para o combate à hanseníase são distribuídas fichas de autoimagem aos estudantes com informação sobre a doença para serem respondidas em casa, com o acompanhamento dos pais. O questionário ajudará a detectar casos suspeitos para o encaminhamento e tratamento correto.
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium Leprae e é transmitida por meio de contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. A transmissão ocorre normalmente pelas vias aéreas superiores. O desenvolvimento depende das condições do sistema imunológico do indivíduo ao qual foi transmitido o bacilo. Entre os sintomas principais estão manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade, dormência, queda de pelos e comprometimento de nervos periféricos.
Também é realizado o exame ocular externo para detectar o tracoma e os casos positivos são tratados com azitromicina solução ou comprimido, de acordo com o peso do aluno. Os pais que não quiserem que os filhos sejam medicados deverão assinar o termo de recusa que será disponibilizado aos escolares.
O tracoma é uma doença inflamatória dos olhos causada pela bactéria chlamydia trachomatis, que atinge a córnea e a conjuntiva. A transmissão ocorre por contato direto, pessoa a pessoa, ou contato indireto, por meio do compartilhamento de objetos contaminados com secreção (toalhas, lenços, lençóis).
Já a geohelmintíases (verminose), as crianças são tratadas preventivamente com albendazol 400mg, dose única. Da mesma forma que o tracoma, os pais que não quiserem que os filhos sejam medicados deverão assinar o termo de recusa.
A doença é causada pelos geohelmintos, parasitas intestinais que causam anemia, dor abdominal e diarreia. As principais verminoses são ascaridíase, ancilostomíase e triquiuríase.
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