Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
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Alunos de comunidade rural têm aulas em locais improvisados em MT

23.11.2014
07:16
FONTE: G1 MT

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Na comunidade Ribeirão dos Cocais  do município de Nossa Senhora do Livramento (MT), estudantes e professores da escola estadual “Amarildo Gomes da Silva” organizam as aulas embaixo de uma mangueira, ao lado da cozinha e em um galpão há um ano e três meses. A instituição foi fechada no ano passado para reforma.

A professora Helena Maria Salvalage conta que muitas vezes as mangas já caíram sobre eles e quando chove têm que se retirar do local. Na escola, estudam filhos de agricultores familiares de outras três comunidades. Cristiane Morais, de 13 anos, está no 1º ano do ensino médio e conta que para chegar à escola acorda de madrugada. “Levantamos cedo, 3 horas, e quando chegamos aqui na escola nem motivação temos”, diz.

A biblioteca é improvisada e os livros estão amontoados. Alguns livro servem de apoio para a lousa da professora de inglês Lucema Martins, que fala da precariedade e desafios que ali enfrentam. “Se chove não tem como trabalhar; se é com frio, falta bastante aluno porque é aberto”, afirma.

Em meio a tanto improviso, o principal desafio dos professores é atrair a atenção dos alunos. “Fazer com que nossos alunos prestem atenção, não dispersem muito com quem passa nos corredores, com os barulhos da cozinha, com a chuva, com o frio. Temos que fazer de tudo para que nossos alunos pelo menos o pouco que estão aqui adquiram um pouco de conhecimento”, comenta Lucema.

Os alunos e professores passam o dia todo na escola e, quando chove, a merendeira Claudilene Antônia conta que tem que improvisar no preparo do lanche, oferecendo apenas bolachas e suco. Ela diz ainda que as crianças reclamam do calor que vem da cozinha, separada de uma turma de alunos por algumas geladeiras.

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), alugou o galpão onde funcionava o salão de festas da igreja para improvisar algumas turmas. As obras começaram no ano passado e custaram quase R$ 1 milhão, mas a comunidade ainda não sabe quando a unidade será inaugurada.

A secretária adjunta de estrutura escolar da Seduc, Núcia Santos, explica os motivos da demora na entrega da escola. Segundo ela, existem algumas pendências de obras onde a empresa executora já foi notificada a sanar. “Precisamos que a empresa sane essas pendências, que não são gritantes. O que me preocupa que não tem como liberarmos ainda o uso do prédio é a questão da energia, porque a escola foi preparada para ser climatizada. Lá existe um posto de transformação que foi executada pela empresa e dependemos que a concessionária faça a ligação desse posto”, explica.

Os estudantes enfrentam outro desafio: o transporte até a escola. O ônibus segue lotado de crianças e a viagem de volta leva até quatro horas, dependendo de onde mora o estudante.

Enquanto a escola não é entregue, esta rotina de dificuldades deve continuar para os 200 alunos, funcionários e professores.

A Secretaria de Educação de Nossa Senhora do Livramento informou que pediu a troca do ônibus para a empresa terceirizada. A Centrais Elétricas Matogrossenses (CEMAT) disse que fará a ligação da escola reformada nos próximos dias.

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