Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
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Aluno que morreu após aula prática não tinha aneurisma, aponta laudo

05.12.2016
08:53
FONTE: G1 MT

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  • Rodrigo Claro, de 21 anos, morreu depois de ficar internado ao passar mal em uma aula de instrução de salvamento

Um laudo médico feito por um hospital particular de Cuiabá concluiu que o jovem Rodrigo Claro, de 21 anos, que morreu após participar de uma aula prática em uma lagoa da capital, não tinha aneurisma cerebral. O primeiro diagnóstico, de quando o jovem foi internado em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI), apontava a doença vascular. Para a família, o laudo reforça a suspeita de que o jovem foi torturado durante as aulas.

Rodrigo era aluno do curso do Corpo de Bombeiros e morreu em novembro. Ele fazia aulas de instrução de salvamento, quando passou mal e foi encaminhado para uma unidade de saúde. O corpo dele foi enterrado em Sinop, a 503 km de Cuiabá, onde moram os avós dele.

O documento, assinado pelo médico Fábio Ridolfi de Figueiredo, concluiu que não havia evidências de malformações vasculares ou dilatações aneurismáticas no jovem. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) divulgou também divulgou um laudo. O resultado, no entanto, apontou que as causas da morte são inconclusivas. Um novo documento deve ser divulgado até o dia 15 de dezembro.

A família do aluno alega que houve tortura e omissão de socorro por parte do Corpo de Bombeiros. “Todos os alunos confirmaram nos depoimentos que houve sim excesso e uma série de afogamentos. O que queremos é tudo isso seja apurado”, afirmou a mãe de Rodrigo, Jane Claro.

Ainda segundo ela, no dia em que foi hospitalizado, o filho revelou ter medo de participar das atividades por ser perseguido pela tenente responsável pela prática. A tenente foi afastada do cargo e deve cumpri atividades administrativas até a conclusão do inquérito. Ela seria promovida, mas ascensão de cargo também foi suspensa.

A morte do jovem é investigada por dois inquéritos, um na esfera militar e outro na esfera criminal. Um advogado contratado pela família para uma investigação paralela, diz que a prática a qual Rodrigo foi submetido é ilegal. “Houve uma conduta ilegal. O que foi feito não é permitido. Os afogamentos têm que ter o propósito educativo, o que não aconteceu”, afirmou o advogado Júlio Cesar Lopes.

O caso
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.

Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.

No dia em que passou mal, Rodrigo enviou mensagens para mãe contando que estava com medo.Nas mensagens enviadas por um aplicativo de telefone, Rodrigo alerta a mãe sobre o que poderia acontecer. “Se você não conseguir, passar mal, sei lá. Até eles te pegarem e verem que você não está de corpo mole”, diz a mensagem.

Horas depois, Rodrigo volta a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz trecho da mensagem.

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