Com a decisão do governo da China de reabrir os mercados para as carnes do Brasil, o frigorífico do Espírito Santo Frisa pretende conseguir desembarcar 250 toneladas de carne que, a partir da próxima semana, começam a chegar no país asiático.
No caso do Frisa, entretanto, contêineres com outras 250 toneladas continuam correndo o risco de voltar ao Brasil, já que esses carregamentos têm como destino Hong Kong, que continua mantendo bloqueio às carnes brasileiras.
Somente a carga que segue para Hong Kong está avaliada em cerca de R$ 5 milhões. Segundo o fundador e presidente do Frisa, Arthur Arpini Coutinho, os efeitos negativos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, já acarretaram na redução cerca de 20% das vendas no mercado interno.
Empresas que não foram citadas na operação, como a própria Frisa, já amargam perdas milionárias no faturamento. “O consumidor é muito sensível, e tem razão. A saúde dele é que está em jogo”, afirma.
O empresário de 84 anos diz que não pretende fazer demissões. “Só vamos reduzir o quadro no médio prazo se não tiver jeito. Podemos adiantar férias ou banco de horas. No momento não precisamos demitir por esse motivo, e não gostaríamos de demitir ninguém”, disse.
Ainda de acordo com Arthur, apesar de existir uma tendência de normalização do setor, um grande “estrago já foi feito na cabeça do consumidor”. “O prejuízo é muito grande. Tanto que o consumo interno já caiu”.
Por meio de nota, o governo brasileiro disse que a decisão do governo da China de reabrir o seu mercado à proteína animal produzida no Brasil é o reconhecimento da confiabilidade do sistema de defesa agropecuária do país.
“Nosso país construiu grande reputação internacional neste segmento. E o posicionamento chinês é a confirmação de todo trabalho de esclarecimento levado a termo pelo governo brasileiro nestes últimos dias em todos os continentes”
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